domingo, 7 de agosto de 2011

A sabedoria dos mortos

A sabedoria dos mortos
Rodolfo Martinez

"Durante a investigação de um estranho caso de suplantação de personalidade, o famoso detective de Baker Street vê-se envolvido numa intriga feroz entre duas seitas luciferinas - o lendário Amanhecer Dourado e a franco-maçonaria egípcia - pela posse do livro mais poderoso alguma vez escrito, o livro que abre as portas do próprio Inferno: o tenebroso e amaldiçoado Necronomicon.

Rodolfo Martinez coloca frente a frente dois dos grandes mitos literários de todos os tempos: o intelecto de Sherlock Holmes e a imaginação de H. P. Lovecraft. O resultado é uma narrativa apaixonante que poderia estar assinada pela própria pena de Sir Arthur Conan Doyle."


A Sabedoria dos Mortos traz-nos novas historias de Sherlock Holmes, desta vez com um toque de irreal e do imaginário. O livro é composto por 3 historias: "A Sabedoria dos Mortos", "Desde a Terra mais além do Bosque" e "A Aventura do Assassino Fingido".

Nas duas primeiras historias o autor tem uma ideia engraçada, não original, mas que consegue desenvolver com algum interesse. No primeiro caso Sherlock Holmes enfrente um antepassado de Lovecraft (possivelmente avô) que tenta roubar o famoso Necronomicon, no outro caso Sherlock Holmes enfrenta Dracula com a ajuda de Van Helsing o Dr. John Seward.
Por um lado para quem não conhecer Lovecraft e todo o mundo lovecraftiano, o primeiro conto permite-nos sentir um ligeiro toque desse mundo de terror. Misterios que ficam sem resposta, referencia ao Livro dos Mortos designado por Necronomicon. Pequenos seres malignos com poderes sub-naturais, sem nunca sair do mundo de Holmes. Por outro lado para quem gosta de Sherlock Holmes terá aqui hipótese de quase rever Holmes em mais algumas investigações.

O autor peca por tornar a acção demasiado lenta no caso da primeira historia. Rodolfo Martinez perde-se no desenvolvimento da acção em pro do relacionamento de Holmes e do Dr. Watson. Esta tentativa de desenvolver o relacionamento de ambos faz as personagens afastarem-se um pouco das personagens a que Arthur Conan Doyle nos habituou.
O segundo conto é bastante corriqueiro, sem nada de novo nem extraordinário, mas que no meu caso me agradou mais, por envolver o Dracula. O terceiro conto, é provavelmente o que mais se aproxima do verdadeiro Sherlock Holmes.

No livro em si, o que me deixou confusa foi a aversão do autor ao Arthur Conan Doyle, pois o Rodolfo Martinez introduz o Conan Doyle como personagem no primeiro conto, caracterizando-a bastante negativamente, o que não joga a favor de Rodolfo Martinez.